segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Obama destinará 62 milhões de dólares para financiar a chamada "dissidência" cubana



"Aqui nadie se rinde"
se tem uma coisa que não falta em Cuba são revolucionários de todas as idades.


Jornal Nacional contra Cuba

Postado por André Luiz Furtado em 30 dezembro 2011 às 21:00

A chamada para a última a reportagem do Jornal Nacional no Especial sobre Cuba já mostrou que se veriam horrores: "A luta da oposição por mais liberdade na ilha comunista é o tema da última reportagem da série sobre a vida em Cuba".

Faltou ao JN informar que essa "oposição", na verdade, luta pelos interesses dos Estados Unidos que, fato silenciado pelo JN, estabelece em sua legislação o financiamento da "oposição" cubana. Apesar do silêncio do JN, e da imprensa privada em geral, esse fato é de fácil comprovação e pode ser verificado a partir de uma rápida busca na internet.

Além de declarações públicas de presidentes e funcionários do alto escalão do governo estadunidense ao longo de cinco décadas, existem numerosas leis extraterritoriais e violadoras da soberania de Cuba, que estabelecem o financiamento do que o JN chamou "dissidencia" cubana.

Por exemplo, a seção 1705 da Lei Torricelli, diz: "Os Estados Unidos proporcionarão assistência às organizações não governamentais adequadas para apoiar indivíduos e organizações que promovam uma mudança democrática não violenta em Cuba".[1]

Outro exemplo é o informe da Comissão de Assistência a uma Cuba Livre, de 2006, sob responsabilidade da tristemente célebre Condoleezza Rice. Tal informe, cujo nome é mais do que suficiente para evidenciar o total desrespeito pela soberania de Cuba, estabelece um "sólido programa de apoio que favoreça à sociedade civil cubana" e destina 36 milhões de dólares para "apoio à oposição democrática e ao fortalecimento da sociedade civil emergente".[2]

Um terceiro exemplo é a seção 109 da Lei Helms-Burtom, que afirma: "O presidente [dos Estados Unidos] está autorizado a proporcionar assistência e oferecer todo tipo de apoio a indivíduos e organizações não governamentais independentes para unir os esforços com vistas a construir uma democracia em Cuba".[3]

E apesar da atual crise econômica, a ingerência "democrática" e "libertadora" dos vizinhos do norte segue firme: para 2012, o governo de Obama destinará 62 milhões de dólares para financiar a chamada "dissidência" cubana. O valor é 34% maior do que o do ano passado.[4]

Porque o JN não disse uma única palavra sobre isso? Não deu tempo? Não falou sobre isso pela simples razão de que não convém manchar a imagem dos "dissidentes" com a verdade.

Os que o JN qualificou como "opositores" e "dissidentes", são, no sentido técnico e exato da palavra, mercenários. Como afirmou recentemente o ex-chefe da Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, de 1979 a 1982, e que está muito longe de ser um amigo da Revolução cubana:
"É ilegal e imprudente mandar dinheiro aos dissidentes cubanos [...] ninguém deveria dar dinheiro aos dissidentes e menos ainda com o objetivo de derrotar o governo cubano [...] quando os Estados Unidos declaram que seu objetivo é derrotar o governo cubano e depois afirma que um dos meios para lográ-lo é proporcionar fundos aos dissidentes cubanos, estes se encontram de fato na posição de agentes pagos por uma potência estrangeira para derrotar a seu próprio governo."

Outro tema abordado na lamentável reportagem foi o acesso à internet em Cuba. Segundo a repórter, "a internet em casa é privilégio para poucos: estrangeiros, agências de turismo e alguns funcionários especiais do estado. Quem não está entre os privilegiados pode usar a rede em alguns cafés. A conexão é muito lenta – feita por telefone – e cara".

Se existe grande dificuldade de acesso à internet em Cuba, não é porque o governo é malvado e quer manter a população na ignorância. Isso não se coaduna com um governo que erradicou o analfabetismo já em 1961 (o país seguinte a eliminar o analfabetismo na América Latina foi a Venezuela, somente nos anos 200, com a revolução bolivariana) e que proporciona à sua juventude uma educação que a coloca em posição de destaque em rendimento escolar a nível internacional.[5][6]

A "conexão é muito lenta – feita por telefone – e cara" porque o bloqueio contra Cuba, imposto pelos Estados Unidos, impede que o país se conecte aos cabos de fibra ótica que passam a 12 km da costa cubana, já que a tecnologia da internet de banda larga é estadunidense.

Como a internet discada é muito mais cara e Cuba é um país economicamente pobre que sofre um terrível bloqueio, então a prioridade quanto ao acesso à internet é para hospitais, universidades, forças armadas, centros de pesquisas científicas, etc.

Por fim, segundo a reportagem, "os revolucionários envelheceram". Sim, claro, todos envelhecemos. Mas se tem uma coisa que não falta em Cuba são revolucionários de todas as idades.

Fonte: http://edisonpuente.blogspot.com

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