domingo, 11 de setembro de 2011

Cuba avisou aos EUA que havia grupos terroristas se organizando na Flórida


Convidado da 15ª Bienal do Livro do Rio, o escritor Fernando Morais participou de debate no evento neste sábado (10), penúltimo dia do evento.

Autor de sucessos de venda como "Olga" e de "Chatô", ele lança seu novo livro, "Os últimos soldados da Guerra Fria", sobre agentes secretos infiltrados por Cuba em organizações de extrema direita nos EUA.

Em entrevista ao G1, Morais deu detalhes sobre seu mais novo trabalho, resultado de dois anos de pesquisas em Cuba e nos EUA, em que teve acesso a documentos e depoimentos inéditos. "O livro rompe um silêncio", diz o autor.
"Quando eu fazia minha investigação, eles olhavam para mim e pensavam: o que esse brasileiro metido a besta está metendo o nariz aqui? Mas conquistei a ajuda de muita gente porque tinha uma coisa a favor: eu não tinha um lado, podia ter uma visão mais neutra", diz o escritor, que se intitula um "eterno repórter" e tem 51 anos de jornalismo.

Mensagens entre Castro e Clinton

Em um dos trechos mais controversos de "Os últimos soldados da Guerra Fria", Fernando Morais revela que o escritor colombiano Gabriel García Márquez, ganhador do Nobel de Literatura, serviu como uma espécie de mensageiro entre o presidente cubano Fidel Castro e o americano Bill Clinton.

"Cuba avisou aos EUA que havia grupos terroristas se organizando na Flórida, que eles eram uma ameaça e que as autoridades dali fechavam os olhos para isso", conta o autor, que teve acesso à correspondência de García Marquez de 1998. "Fidel Castro profetizou o 11 de setembro", afirma Morais.

Para ter acesso a documentos, informações e entrevistas inéditas, o autor diz que teve que fazer 20 viagens aos dois países envolvidos na investigação, incluindo visitas aos presídios onde os agentes que dão título ao livro estão atualmente presos e às casas de suas famílias. "Quando bati o olho nessa história, percebi que era um presente para qualquer repórter", diz Morais. "Tive que organizar muita informação, mas o mais importante foi humanizar essa história. O leitor gosta de gente, não gosta de coisa", completa o escritor.

fonte: G1

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